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“Posso ser de mel, e de veneno. Posso ser muito humana, e muito bicho também. Me morde e eu te como.”

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PAI ...

Sinto falta de andar de mãos dadas contigo.
Sinto falta das tuas palavras de aconchego.
Sinto falta dos teus abraços, dos teus carinhos.
Sinto tanto a tua falta nos momentos bons, nos momentos maus…
Mentira.
Como posso eu sentir falta do que nunca tive?
Como pudeste? Como ousaste?
Sei que nunca pedi nada.
Mas esperei tanto… e tanto tempo.
Nunca passamos de estranhos sob o mesmo teto.
Nunca te conheci. Nunca me conheceste.
Hoje, provavelmente sentirias orgulho em mim.
Mas não, não queres. Não és capaz.
Sempre te quis dizer que tens um humor contagiante.
Sempre te quis dizer que tens uns olhos lindos.
Mas não.
Nunca tive coragem.
Sinto tanto a tua falta.
Sinto falta do que nunca tive, eu sei.
Mas sou sangue do teu sangue…
Sou fruto dos teus atos.
Mas o que fazer quando se ama o inatingível?



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